Agustina Bessa-Luís
Agustina Bessa-Luís (1922–2019) foi uma das maiores escritoras da literatura portuguesa contemporânea, conhecida pela profundidade psicológica das suas personagens, pela riqueza do seu estilo literário e pela forma como retratou a sociedade portuguesa ao longo do século XX. Nascida em Vila Meã, Amarante, desde cedo revelou uma notável sensibilidade para a escrita, publicando o seu primeiro romance, Mundo Fechado, em 1948.
A sua obra é vasta e multifacetada, destacando-se títulos como A Sibila (1954), que lhe granjeou imediato reconhecimento e o Prémio Eça de Queirós, e Fanny Owen (1979), adaptado ao cinema por Manoel de Oliveira. Os seus romances exploram frequentemente as tensões entre tradição e modernidade, o poder, a condição feminina e os dilemas morais e sociais de Portugal. A sua escrita é marcada por um estilo denso, rico em referências filosóficas, históricas e culturais.
Para além da ficção, Agustina Bessa-Luís foi também cronista, ensaísta e colaboradora em jornais e revistas, e desempenhou funções públicas como diretora do Diário de Notícias e do Teatro Nacional D. Maria II. O seu contributo para a cultura portuguesa valeu-lhe numerosas distinções, incluindo o Prémio Camões em 2004, o mais importante galardão da literatura em língua portuguesa.
Agustina Bessa-Luís deixou um legado literário de enorme originalidade e profundidade, sendo hoje considerada uma autora fundamental para compreender a identidade e a complexidade da sociedade portuguesa.